sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sites

Minha Professora Roseli, passou dois sites interessantes, que abordam assuntos relacionados a fisioterapia:

http://www.fisionet.com.br/index.php

http://www.actafisiatrica.org.br/v1/Default2.aspx

Entrem e cofirem!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Indivíduo e Sociedade

Todas as Postagens abaixo, do dia 20 e 19 de maio foram retiradas do site MEO, onde todos os alunos fazem tarefas para treinar o conhecimento adquirido em Sala de Aula.

Matéria- Indivíduo e Sociedade
Prof° Elza de Fátima Bedani
A disciplina tem como objetivos estabelecer estudos sobre o indivíduo, a sociedade e o exercício da cidadania, abordando ainda, as relações estabelecidas entre essas dimensões no contexto contemporâneo, enfatizando os aspectos éticos do processo de globalização e da construção social.

Declaração Universal do Direitos Humanos e as Metas do milênio.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III)da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948
Preâmbulo

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum, Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra tirania e a opressão, Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações, Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a desenvolver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a observância desses direitos e liberdades, Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mis alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,
A Assembléia Geral proclama
A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
Artigo I
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.
Artigo II
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
Artigo III
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo IV
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo V
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Artigo VI
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei.
Artigo VII
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo VIII
Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Artigo IX
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo X
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
Artigo XI
1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo XII
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
Artigo XIII
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. 2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
Artigo XIV
1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. 2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
Artigo XV
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo XVI
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer retrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução. 2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
Artigo XVII
1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 2.Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo XVIII
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
Artigo XIX
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
Artigo XX
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo XXI
1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de sue país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. 2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.
Artigo XXII
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo XXIII
1.Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. 2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. 3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. 4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus interesses.
Artigo XXIV
Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas.
Artigo XXV
1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle. 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
Artigo XXVI
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. 2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 3. Os pais têm prioridade de direito n escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.
Artigo XXVII
1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios. 2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.
Artigo XVIII
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Artigo XXIV
1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
Artigo XXX
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.


1. ACABAR COM A FOME E A MISÉRIA
Neste momento, milhares de pessoas estão passando fome no Brasil e no mundo.
A fome é conseqüência da pobreza e também sua causadora. Para romper este círculo vicioso, é fundamental unir toda a sociedade.
Só dessa forma será possível garantir a condição básica de direito à vida: viver sem fome.
Você sabia que no Brasil há alimentos suficientes para alimentar toda sua população? Apesar disso, no nosso país, 29% das pessoas estão abaixo da linha da pobreza e apresentam deficiência alimentar.

2. EDUCAÇÃO BÁSICA DE QUALIDADE PARA TODOS
Não há o que discutir, todos têm direito a educação de qualidade. Entretanto, não é bem isso o que acontece, pois muitas pessoas não chegam a completar o ciclo básico.
O Brasil é o sétimo país do mundo em número de analfabetos, sendo que 18 milhões destes nunca passaram pela escola.




3. IGUALDADE ENTRE SEXOS E VALORIZAÇÃO DA MULHER
A história do mundo nos mostra que durante muito tempo os homens e as mulheres não tinham os mesmos direitos e deveres. Em alguns países isso ainda acontece. Em outros, as mulheres conquistaram direitos que antes lhes eram negados.
No Brasil, as mulheres chegam a ganhar até 40% a menos do que os homens para exercer o mesmo trabalho.


4. REDUZIR A MORTALIDADE INFANTIL
Em nosso país muitas crianças morrem antes de completar o primeiro ano de vida. As causas são inúmeras, como a desnutrição a falta de acompanhamento pré-natal e durante o parto.
Melhorar a saúde materna ajuda a reduzir a mortalidade infantil.
No Brasil, a mortalidade no primeiro ano de vida é de 27,8 para cada 1.000.



5. MELHORAR A SAÚDE DAS GESTANTES
Em nosso país muitas mães morrem no parto ou logo após. As causas são inúmeras, como a assistência médica inadequada, a falta de preparo das mães para se cuidar durante a gestação e a desnutrição.
Melhorar a saúde materna ajuda a reduzir a mortalidade infantil. A assistência médica inadequada durante a gravidez e o parto pode causar a morte do bebê e da mãe.
No Brasil, a mortalidade materna é de 2,6 para cada 1.000.


6. COMBATER A AIDS, A MALÁRIA E OUTRAS DOENÇAS
Um dos maiores problemas mundiais são as doenças que atingem grande número de pessoas – e sabemos que a prevenção é a melhor maneira de combatê-las.
O Brasil tem o maior número de casos de malária das Américas, e é o terceiro lugar do mundo em incidência dessa doença.Os casos de Aids, no entanto, diminuíram em quase todos os grupos. O único grupo em que houve aumento foi no de mulheres dos 13 aos 19 anos.


7. QUALIDADE DE VIDA E RESPEITO AO MEIO AMBIENTE
O desmatamento, o desperdício de água e a produção excessiva de lixo são alguns dos problemas mais graves enfrentados pela humanidade. Cuidar do meio ambiente deve fazer parte de nosso dia-a-dia.

Apesar de o Brasil ter aproximadamente 12% de toda a água doce do planeta, 22 milhões de pessoas não têm acesso a água de boa qualidade . A água é um recurso natural renovável: rios, lagos e lençóis subterrâneos são capazes de repor seus suprimentos, desde que a humanidade não os esvazie rápido demais ou os contamine.
8. TODO MUNDO TRABALHANDO PELO DESENVOLVIMENTO
Muitas vezes a solução de um problema pode servir de resposta para outros, principalmente quando pessoas, escolas, governos, sociedade civil, empresas e organizações sociais trabalham juntas.

O trabalho voluntário é quase sempre realizado em parceria. Um bom exemplo de parcerias são as realizadas entre escolas, em que professores e alunos compartilham idéias, espaço e muita criatividade em projetos de voluntariado educativo.


Os direitos das crianças

Em 1959, a Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou uma declaração de dez pontos sobre os direitos das crianças, discutidos e repensados no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Direito à igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.
Direito à proteção especial para seu desenvolvimento físico, mental e social.
Direito a um nome e a uma nacionalidade.
Direito à alimentação, à moradia e à assistência médica adequadas para a criança e a mãe.
Direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente.
Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.
Direito à educação gratuita e ao lazer.
Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofe.
Direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho.
Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.

Fonte: Dimenstein, Gilberto. O cidadão de papel: a infância, a adolescência e os Direitos Humanos no Brasil. São Paulo: Ática, 1998.


Preâmbulo da Constituição da República Federativa do Brasil - 1988
"Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil".


A partir da leitura desse parágrafo, destaque CINCO direitos humanos fundamentais para a construção de uma sociedade "fraterna, pluralista e sem preconceitos".
OBS: OS DIREITOS DEVEM SER RETIRADOS DOS TEXTOS, PODEM SER DOS DIREITOS HUMANOS, DIREITOS DAS CRIANÇAS OU METAS DO MILÊNIO
Guarulhos, 17 de maio de 2010.
  1. A união da sociedade;
  2. Educação de qualidade ;
  3. Combater as diversas doenças que afetam a grande maioria da população, como AIDS e malária ;
  4. Qualidade de Vida onde as pessoas possam ter o direito à alimentação, à moradia, à assistência médica e respeito ao meio ambiente ;
  5. Todos trabalhando pelo desenvolvimento (pessoas, escolas, governos, sociedade civil, empresas e organizações) agindo com amor, solidariedade e igualdade.

Tamara Rubio Pauletto

Ética e cidadania

Definição da Ética

(Extrato de: SÁNCHEZ VÁSQUEZ, Adolfo. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 12ª ed., 1969, pp. 12 - 14)

Assim como os problemas teóricos morais não se identificam com os problemas práticos, embora estejam estritamente relacionados, também não se podem confundir a ética e a moral. A ética não cria a moral. Conquanto seja certo que toda moral supõe determinados princípios, normas ou regras de comportamento, não é a ética que os estabelece numa determinada comunidade. A ética depara com uma experiência histórico-social no terreno da moral, ou seja, com uma série de práticas morais já em vigor e, partindo delas, procura determinar a essência da moral, sua origem, as condições objetivas e subjetivas do ato moral, as fontes da avaliação moral, a natureza e a função dos juízos morais, os critérios de justificação destes juízos e o princípio que rege a mudança e a sucessão de diferentes sistemas morais.
A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é ciência de uma forma específica de comportamento humano.
A nossa definição sublinha, em primeiro lugar, o caráter científico desta disciplina; isto é, corresponde à necessidade de uma abordagem científica dos problemas morais. De acordo com esta abordagem, a ética se ocupa de um objeto próprio: o setor da realidade humana que chamamos moral, constituído - como já dissemos - por um tipo peculiar de fatos ou atos humanos. Como ciência, a ética parte de certo tipo de fatos visando descobrir-lhes os princípios gerais. Neste sentido, embora parta de dados empíricos, isto é, da existência de um comportamento moral efetivo, não pode permanecer no nível de uma simples descrição ou registro dos mesmos, mas os transcendem com seus conceitos, hipóteses e teorias. Enquanto conhecimento científico, a ética deve aspirar à nacionalidade e objetividade mais completas e, ao mesmo tempo, deve proporcionar conhecimentos sistemáticos, metódicos e, no limite do possível, comprováveis.
Certamente, esta abordagem científica dos problemas morais ainda está muito longe de ser satisfatória, e das dificuldades para alcançá-la ainda continuam se beneficiando as éticas especulativas tradicionais e as atuais de inspiração positivista.
A ética é a ciência da moral, isto é, de uma esfera do comportamento humano. Não se deve confundir aqui a teoria com o seu objeto: o mundo moral. As proposições da ética devem ter o mesmo rigor, a mesma coerência o fundamentação das proposições científicas. Ao contrário, os princípios, as normas ou os juízos de uma moral determinada não apresentam esse caráter. E não somente não têm um caráter científico, mas a experiência histórica moral demonstra como muitas vezes são incompatíveis com os conhecimentos fornecidos pelas ciências naturais e sociais. Daí podermos afirmar que, se se pode falar duma ética científica, não se pode dizer o mesmo da moral. Não existe uma moral científica, mas existe - ou pode existir - um conhecimento da moral que pode ser científico. Aqui, como nas outras ciências, o científico baseia-se no método, na abordagem do objeto, e não no próprio objeto. Da mesma maneira, pode-se dizer que o mundo físico não é científico, embora o seja a sua abordagem ou estudo por parte da ciência física. Se, porém, não existe uma moral científica em si, pode existir uma moral compatível com os conhecimentos científicos sobre o homem, a sociedade e, em particular, sobre o comportamento humano moral. É, este o ponto em que a ética pode servir para fundamentar uma moral, sem ser em si mesma normativa ou preceptiva. A moral não é ciência, mas objeto da ciência; e, neste sentido, é por ela estudada e investigada. A ética não é a moral e, portanto, não pode ser reduzida a um conjunto de normas e prescrições; sua missão é explicar a moral efetiva e, neste sentido, pode influir na própria moral.
Seu objeto de estudo é constituído por um tipo de atos humanos: os atos conscientes e voluntários dos indivíduos que afetam outros indivíduos, determinados grupos sociais ou a sociedade em seu conjunto.
Na definição antes enunciada, ética e moral se relacionam, pois, como uma ciência específica e seu objeto. Ambas as palavras mantêm assim uma relação que não tinham propriamente em suas origens etimológicas. Certamente, moral vem do latim mos ou mores, "costume" ou "costumes", no sentido de conjunto de normas ou regras adquiridas por hábito. A moral se refere, assim, ao comportamento adquirido ou modo de ser conquistado pelo homem. Ética vem do grego ethos, que significa analogamente "modo de ser" ou "caráter" enquanto forma de vida também adquirida ou conquistada pelo homem. Assim, portanto, originariamente, ethos e mos, "caráter" e ' "costume", assentam-se num modo de comportamento que não corresponde a uma disposição natural, mas que é adquirido ou conquistado por hábito. É precisamente esse caráter não natural da maneira de ser do homem que, na Antiguidade, lhe confere sua dimensão moral.
Vemos, pois, que o significado etimológico de moral e de ética não nos fornecem o significado atual dos dois termos, mas nos situam no terreno especificamente humano no qual se torna possível e se funda o comportamento moral: o humano como o adquirido ou conquistado pelo homem sobre o que há nele de pura natureza. O comportamento moral pertence somente ao.homem na medida em que, sobre a sua própria natureza, cria esta segunda natureza, da qual faz parte a sua atividade moral.

http://www.humanas.unisinos.br/professores/hbenno/vasqetic.htm

Afinal, o que é Cidadania?

Nunca se falou tanto sobre cidadania, em nossa sociedade, com nos últimos anos. Mas afinal, o que é cidadania?
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, “cidadania é a qualidade ou estado do cidadão”, entende-se por cidadão “o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um estado, ou no desempenho de seus deveres para com este”.
No sentido etimológico da palavra, cidadão deriva da palavra civita, que em latim significa cidade, e que tem seu correlato grego na palavra politikos – aquele que habita na cidade.
No sentido ateniense do termo, cidadania é o direito da pessoa em participar das decisões nos destinos da Cidade através da Ekklesia (reunião dos chamados de dentro para fora) na Ágora (praça pública, onde se agonizava para deliberar sobre decisões de comum acordo). Dentro desta concepção surge a democracia grega, onde somente 10% da população determinava os destinos de toda a Cidade (eram excluídos os escravos, mulheres e artesãos).
A mídia confunde muito entre o Direito do Cidadão e o Direito da Consumidor, por isso questiono o aspecto ideológico desta confusão intencional.
Vejamos neste quadro sintético uma percepção pessoal sobre como se processa a “evolução” do Ser Humano até o Ser Cidadão.
O Ser Humano
O Ser Indivíduo
O Ser Pessoa
O Ser Cidadão
A Dimensão do convívio social.
A dimensão do mercado de trabalho e Consumo.
A Dimensão de encontrar-se no mundo.
A dimensão de intervir na realidade.
O homem tornar-se Ser Humano nas relações de convívio social.
O Ser Humano tornar-se indivíduo quando descobre seu papel e função social.
O Indivíduo torna-se pessoa quanto toma consciência de si mesmo, do outro e do mundo.
A pessoa torna-se cidadão quando intervém na realidade em que vive.
Quem estuda o comportamento do Ser Humano? Seria a antropologia, a história, ou a sociologia?
Quem estuda o comportamento do indivíduo ? Seria a Filosofia, a sociologia ou a Psicologia?
Quem estuda o comportamento da pessoa ? Seria a Filosofia, a sociologia ou a Psicologia?
Quem estuda o comportamento do cidadão ? Seria a Sociologia, a Filosofia ou As ciências políticas?
Quem garante os direitos do Ser Humano? A Declaração Universal do Direitos Humanos.
Quem garante os Direitos do Consumidor? O Código do Consumidor.
Quem garante os Direitos da pessoa? A própria pessoa (amor próprio ou auto-estima).
Quem garante os Direitos do cidadão? (A Constituição e suas leis regulamentares).
Existe realmente uma natureza humana? Teologicamente, afirmamos que existe a uma natureza humana. Seguindo a corrente existencialista (J.P. Sartre) negamos tal natureza.
Que diferença existe entre o direito do consumidor e o direito do cidadão? Ao Consumidor deve ser dado o direito de propriedade enquanto ao cidadão deve ser dado o direito de acesso
O que significa tornar-se pessoa no nível psicológico e social? A pessoa é o indivíduo que toma consciência de si mesmo (“Tornar-se Pessoa” de Karl Roger)
Como podemos intervir na realidade, modificando as estruturas corruptas e injustas? Quando os direitos do cidadão lhe são oferecidos, e o mesmo passa a exercê-lo, há modificação de comportamento.
Conclusão:O Direito do consumidor é direito de propriedade e o Direito do cidadão é Direito de Acesso. O que o povo brasileiro necessita é do direito de acesso e não leis que garantam a uma minoria (elite brasileira) suas grandes e ricas propriedades.
Um dos grandes problemas no Brasil, além da impunidade e a corrupção endêmicas, é a má distribuição de renda, onde “muitos têm poucos e poucos têm muito”.

Fonte: http://www.mundodosfilosofos.com.br/vanderlei7.htm

Esta é uma história bastante simples, que fala de 4 pessoas cujos nomes são: NINGUÉM, ALGUÉM, TODO MUNDO e QUALQUER UM.
Havia um trabalho muito importante a ser feito e TODO MUNDO estava certo de que ALGUÉM o faria.
QUALQUER UM poderia perfeitamente tê-lo feito.
ALGUÉM ficou zangado com isso, porque aquele era um serviço a ser feito por TODO MUNDO.
TODO MUNDO acreditou que QUALQUER UM poderia fazê-lo, entretanto, NINGUÉM se deu conta de que TODO MUNDO não o faria.
No fim, TODO MUNDO culpou ALGUÉM quando, na verdade, NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito.
Baseado (a) em Ética e Cidadania, dê um exemplo de como essa história poderia representar a realidade social brasileira.



Guarulhos, 27 de abril de 2010.


O ser humano muitas vezes é exigente, querendo e impondo, mas espera sentado ao invés de levantar-se e agir perante uma situação. Julga muito, achando que as outras pessoas devem solucionar seus problemas ou as dificudades que estão expostas constantemente no dia-a-dia, testando cada um de nós.
Um exemplo são os diversos protestos que alguns grupos realizam, desejando mudar uma situação que já está ruim e acaba tornando-se pior, devido aos que são contra agirem apenas com violência quando se sentem ameaçados.
Depois na verdade percebem que todos buscaram a mesma solução porém, não alcançaram nada, por terem seguido idéias sem estrutura ou sentido algum.

Tamara Rubio Pauletto

Ética, Saúde/Doença, Afetividade, Morte e Humanização.

O Jogo existencial e a ritualização da Morte:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692005000100016



"Os homens se humanizam trabalhando juntos para fazer do mundo, sempre mais, a mediação das consciências que se coexistenciam na liberdade".
(Ernani Maria FIORI)
(foto de Sebastião Salgado - capa do livro "Da inteligência ao coração e à ação - volume III - PUCRS, 1999)

Mire o olhar da menina: alegre ou triste?!






AMALA E KAMALA: as meninas-lobo

Na Índia, onde os casos de meninos-lobo foram relativamente numerosos, descobriram-se em 1920, duas crianças, Amala e Kamala, vivendo no meio de uma família(?) de lobos. A primeira tinha um ano e meio e veio a morrer um ano mais tarde. Kamala, de oito anos de idade, viveu até 1929. Não tinham nada de humano e seu comportamento era exatamente semelhante àquele de seus irmãos lobos.
Elas caminhavam de quatro, apoiando-se sobre os joelhos e cotovelos para os pequenos trajetos e sobre as mãos e os pés para os trajetos longos e rápidos.
Eram incapazes de permanecer em pé. Só se alimentavam de carne crua ou podre. Comiam e bebiam como os animais, lançando a cabeça para a frente e lambendo os líquidos. Na instituição onde foram recolhidas, passavam o dia acabrunhadas e prostradas numa sombra. Eram ativa e ruidosas durante a noite, procurando fugir e uivando como lobos. Nunca choravam ou riam.
Kamala viveu oito anos na instituição que a acolheu, humanizando-se (?) lentamente. Necessitou de seis anos para aprender a andar e, pouco antes de morrer, tinha um vocabulário de apenas cinqüenta palavras. Atitudes afetivas foram aparecendo aos poucos. Chorou pela primeira vez por ocasião da morte de Amala e se apegou lentamente às pessoas que cuidaram dela bem como às outra com as quais conviveu. Sua inteligência permitiu-lhe comunicar-se por gestos, inicialmente, e depois por palavras de um vocabulário rudimentar, aprendendo a executar ordens simples”.

LEYMOND, B. Le development social de l’enfant et del’adolescent. Bruxelles: Dessart, 1965. p 12-14.

“O relato acima descreve um fato verídico e permite entender em que medida as características humanas dependem do convívio social. Amala e Kamala, as meninas-loba da Índia, por terem sido privadas do contato com outras pessoas, não conseguiram se humanizar: não aprenderam a se comunicar através da fala, não foram ensinadas a usar determinados utensílios, não desenvolveram processos de pensamento lógico...”
DAVIS, Cláudia; OLIVEIRA, Zilma de. Psicologia na educação. São Paulo: Cortez: 1990. p 16-17



Sobre a morte e o morrer


Rubem Alves


O que é vida? Mais precisamente, o que é a vida deum ser humano? O que e quem a define?
Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver." A vida é tão boa! Não quero ir embora...
Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: "Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?". Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: "Não chore, que eu vou te abraçar..." Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.Cecília Meireles sentia algo parecido: "E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega... O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas. Apenas sobre humanas companhias... Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso. Que pena a vida ser só isto...” Da. Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. Na cama, cega, a filha lhe lia a Bíblia. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura. O que ela tinha a dizer era infinitamente mais importante. "Minha filha, sei que minha hora está chegando... Mas, que pena! A vida é tão boa...” Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza.Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis. Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se, então, ao médico: "O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?". O médico olhou-o com olhar severo e disse: "O senhor está sugerindo que eu pratique a eutanásia?".Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum. Seu velho pai morreu sofrendo uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que freqüentemente se dá o nome de ética.Um outro velhinho querido, 92 anos, cego, surdo, todos os esfíncteres sem controle, numa cama -de repente um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o seu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido pelos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou-se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a "reverência pela vida" é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.Muitos dos chamados "recursos heróicos" para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da "reverência pela vida". Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: "Liberta-me".Comovi-me com o drama do jovem francês Vincent Humbert, de 22 anos, há três anos cego, surdo, mudo, tetraplégico, vítima de um acidente automobilístico. Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar. E foi assim que escreveu um livro em que dizia: "Morri em 24 de setembro de 2000. Desde aquele dia, eu não vivo. Fazem-me viver. Para quem, para que, eu não sei...". Implorava que lhe dessem o direito de morrer. Como as autoridades, movidas pelo costume e pelas leis, se recusassem, sua mãe realizou seu desejo. A morte o libertou do sofrimento.Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.
Texto publicado no jornal “Folha de São Paulo”, Caderno “Sinapse” do dia 12/10/03. fls 3.


Rubem Alves: tudo sobre o autor e sua obra em "Biografias".Visitem "A casa de Rubem Alves".







1º Leia com calma e atentamente aos textos desse módulo;
2º Utilizando as informções que você adquiriu ao longo de sua leitura, responda:
O que faz do ser humano, HUMANO?
OBS: VOCÊ DEVERÁ RESPONDER COM SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS EM UM TEXTO DE NO MÍNIMO 5 E NO MÁXIMO 10 LINHAS.




Guarulhos, 27 de abril de 2010.



A compaixão; o sentimento; o conhecimento; a paciência; nossos modos e nossa cultura; nossos deveres perante o mundo que vivemos; nossa compreensão perante os fatos; o medo de agir para não nos arriscar e conhecer o que não devemos saber; a tristeza e a derrota, que nos torna tão impotentes e ao mesmo tempo poderosos; a consciência de que somos simples mortais e que o único ser que deve e que sempre será eterno é o nosso Deus, criador de toda existência.
Nosso principal dever como HUMANOS, é trazer vida aonde não existe, manifestar o amor e perceber que nosso valor nesse lugar, por mais que dure um tempo curto, pode ser intenso e duradouro para todo o sempre se atuarmos em prol da humanidade. Não precisamos temer a morte se agimos corretamente, porque ela faz parte de nós e isso é irreversível.




Tamara Rubio Pauletto

Grupos Sociais e suas Características culturais

As realidades que as "tribos urbanas" criam


Fraya Frehse



José Machado PAIS e Leila Maria da Silva BLASS (orgs.). Tribos urbanas: produção artística e identidades. São Paulo, Annablume, 2004. 234 páginas.
Ao elegerem como tema primordial de estudo as chamadas "tribos urbanas", os organizadores deste livro sabiam que pisavam num chão já bastante palmilhado, nas últimas décadas, pelas ciências sociais devotadas ao contexto urbano. Um chão, por isso mesmo, marcado por pontos de vista específicos a respeito da noção de "tribo urbana".
A partir de 1985 o sociólogo francês Michel Maffesoli começava a utilizar o termo "tribo urbana" em seus artigos, e em 1988 surgia o seu Le temps des tribus: le déclin de l'individualisme dans les sociétés postmodernes. O uso da noção era metafórico, para dar conta de formas supostamente novas de associação entre os indivíduos na "sociedade pós-moderna": o autor fala em "neotribalismo". Seriam essencialmente "micro-grupos" que, forjados em meio à massificação das relações sociais baseadas no individualismo e marcados pela "unissexualização" da aparência física, dos usos do corpo e do vestuário, acabariam, mediante sua sociabilidade, por contestar o próprio individualismo vigente no mundo contemporâneo.
Alguns anos depois, José Guilherme Magnani (1992) retomava, no contexto brasileiro e numa perspectiva antropológica, a noção de "tribo urbana" a fim de problematizar o seu uso ambíguo não apenas na mídia, mas também em "pesquisas e trabalhos ditos científicos" – embora não haja no texto qualquer referência explícita a Maffesoli. O antropólogo brasileiro argumenta em favor de contextualizações do emprego da metáfora, já que o "domínio original" de tribo seria a etnologia e, no âmbito desta, a análise de formas de organização social que transcendem os particularismos dos grupos domésticos e locais (Magnani, 1992, p. 49). Já a utilização do termo em relação às chamadas "sociedades complexas" aludiria ao contrário: a pequenos grupos delimitados, com regras particulares. Dado que a metáfora mais evoca – o "primitivo, selvagem, natural, comunitário" – do que recorta (Idem, p. 50), o autor questiona seu uso como categoria analítica em pesquisas sobre o contexto urbano: tratar-se-ia de um denominador comum empobrecedor da diversidade vigente na paisagem urbana.
As abordagens de Maffesoli e, em particular, a de Magnani são importantes interlocuções para os autores da coletânea Tribos urbanas: produção artística e identidades. O livro resulta, como assinala Leila Blass na "Apresentação", de um projeto de pesquisa de mesmo título que congregou, entre 2001 e 2004, pesquisadores e colaboradores portugueses e brasileiros ligados ao Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC de São Paulo, no âmbito de um programa de cooperação internacional financiado pela brasileira Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo português Gabinete de Relações Internacionais da Ciência e do Ensino Superior (Grices). Assumindo como pressuposto o uso metafórico de "tribo urbana" ainda nos dias de hoje, nos meios de comunicação de massa e no senso comum, os autores da coletânea pretendem atentar para as realidades sociológicas criadas por essa etiqueta. Conforme aponta José Machado Pais na "Introdução", se "tribo urbana" é uma heteronomia – classificação atribuída a determinados indivíduos por terceiros, definindo "outros" estranhos, "ex-óticos" porque fora da ótica da normalidade (p. 9) –, integra de formas bem específicas os indivíduos por ela designados, o que equivale a dizer que as classificações são integradas de modo também peculiar nas falas e comportamentos desses indivíduos. Como jovens são objeto primordial do uso da metáfora, questões que inspiram, para Machado Pais, a coletânea, são: de quem se trata? Esses jovens identificam-se com a etiqueta? Quais as razões, os fins e os efeitos desse processo de classificação? (p. 10).
Os oito capítulos que perfazem a publicação dialogam, cada um à sua maneira, com essas questões. São estudos de caso unidos em torno de um cenário – "contextos urbanos" –, de uma circunstância – "a ritualização de identidades sociais" – e de um ponto de partida analítico – a metáfora da "tribo urbana". Esta é enfocada, segundo Machado Pais, como heteronomia ligada, por um lado, a manifestações de resistência à adversidade – conforme com a idéia de "atrito", etimologicamente implícita ao termo "tribo" (p. 12); por outro, a formas de sociabilidade orientadas por normas de natureza estética e ética que implicam maneiras peculiares de ritualizar "vínculos identitários", sobretudo relacionados à produção artística (p. 18).
A partir dessa base comum vêm à tona as diferenças entre os estudos. São três as cidades enfocadas: São Paulo, Recife e Lisboa. Alguns autores concentram-se em grupos em torno dos quais se ritualizam identidades: uma banda musical jovem de Portugal, os "Dundumba", inspirados em sons e ritos tribais africanos (capítulo 1, por Machado Pais); os "carecas de Cristo" de São Paulo, formados por skinheads evangélicos (capítulo 2, por Márcia Regina da Costa); integrantes de duas escolas de samba paulistanas (capítulo 8, por Leila Blass). Um segundo conjunto de capítulos parte de manifestações estéticas em torno das quais identidades são celebradas: a tatuagem e o body-piercing em Portugal (capítulo 3, por Vítor Sérgio Ferreira); o "mangueBit" na qualidade de movimento musical recifense (capítulo 4, por Lídice Araújo); o hip hop como base identitária de jovens "marginalizados" nas grandes metrópoles (capítulo 5, por João Lindolfo Filho); a referência à África nas "sonoridades juvenis negras" no Brasil (capítulo 6, por António Contador). Enfim, um terceiro tipo de abordagem assume o espaço urbano, notadamente três praças públicas da "Baixa" lisboeta, como referência para uma etnografia sobre a constituição diária de ajuntamentos fugazes de imigrantes ali em meio ao trânsito (capítulo 7, por Cristiana Bastos). Neste caso, a autora alerta de antemão para a impropriedade da utilização do termo "tribos urbanas" (p. 183).
Essa variedade de perspectivas fornece ao leitor uma ampla plêiade de dados sobre contextos sociais variados unidos por uma matriz lingüística comum: o português. São, em Machado Pais, imaginários musicais e de sociabilidade fortemente referenciados pela memória de um passado que, não vivido, é mitificado como tribal e africano. Costa, por sua vez, constrói uma história dos carecas de Cristo que ressalta a política de conversão empreendida por pastores evangélicos em relação a jovens nas grandes cidades brasileiras a partir de finais dos anos de 1980. Já Ferreira conduz à sociogênese não apenas das práticas de marcação corporal na Europa desde a Idade Média, mas também à do seu "renascimento" no Portugal contemporâneo. De marginais, transformam-se em bens de consumo juvenis que promovem o corpo a "imagem corporal" dotada de um estilo próprio, crucial para a produção de identidades grupais e/ou pessoais. Araújo traz o leitor de volta ao Brasil, em particular às ruas do bairro do "Recife Antigo" da década de 1990 – a grupos, vocabulário e tipo de letra musical envolvidos na consolidação sociológica do movimento musical que, preconizando a associação entre os sons da terra recifense, cujo signo máximo seria o "mangue", e influências técnicas globais, é pela autora denominado "MangueBit" (embora na mídia apareça como "mangue beat"). O capítulo de Bastos é um retorno a Lisboa que confronta usos do espaço urbano por parte de "lisboetas comuns", nativos, com aqueles de "migrantes" referenciados como "africanos", "chineses", "eslavos". Para os primeiros, seria crucial a díade casa-rua; para os últimos, a praça. Enfim, uma última volta ao Brasil: Blass trata das quadras e dos desfiles de escolas de samba paulistanas e, às vezes, das cariocas, explorando dois momentos da produção artística carnavalesca: a apresentação do enredo aos integrantes das escolas e o desfile propriamente dito.
Tal pletora de referências assegura à coletânea uma inegável relevância etnográfica, sobretudo quanto a algumas formas recentes de sociabilidade juvenil no Brasil e em Portugal. O livro apresenta lado a lado análises que o leitor até então só podia encontrar em monografias específicas. Assim, adquirem-se indícios das referências culturais subjacentes a algumas realidades juvenis em grandes cidades brasileiras e portuguesas hoje: uma certa África, um certo evangelho, um certo tipo de música; enfim, apropriações específicas do termo "tribo urbana".
A meu ver, é Machado Pais que demonstra essas apropriações e teoriza a respeito delas. Partindo das falas de seu informante privilegiado, dos Dundumba, o autor discorre sobre a importância da noção de tribo para o tipo de manifestação artística produzida pela banda. Compreende-se assim o porquê da tese do sociólogo sobre os "revivalismos tribais": a heteronomia torna-se signo de autonomia; "tribo" torna-se metáfora de formas de integração social numa "urbanidade deficitária de coesão social" (p. 39).
Para além do esforço dos outros estudos de explorar teoricamente os efeitos da metáfora, na prática os resultados interpretativos mais satisfatórios aparecem quando se secundariza "tribo urbana" (ver, por exemplo, os estudos de Ferreira, Costa e Blass) ou mesmo deixa de lado o termo (ver o texto de Bastos). Até num "movimento" aparentemente homogêneo como o "mangueBit" há, como mostra Araújo, diferentes leituras por parte de jovens de classes sociais diversas, e é por meio dessas leituras que o "movimento" se torna significativo. Como, então, falar em uma tribo, apenas?
Existe, de fato, o risco de simplificação dos processos sociais em questão, o que se aplica não só às manifestações culturais tematizadas. Falar de "jovens", "cultura jovem", do "afrodescendente" em geral nas metrópoles brasileiras e do mundo (ver estudo de João Lindolfo Filho) envolve a possibilidade de um certo anacronismo – como se o jovem fosse um só, no passado e no presente, no Brasil, na Europa, nos Estados Unidos. Associar, por sua vez, a "identidade sonora" dos "jovens negros" brasileiros em geral a uma "África mítica" e aos ancestrais escravos, sem ancorar os argumentos empiricamente (ver texto de António Contador), deixa dúvidas sobre o contexto musical em jogo.
As dificuldades de modo algum obliteram o caráter instigante da problematização teórica que inspira o livro. Com efeito, se, como apontou Magnani e é reiterado por Machado Pais, há inegáveis ambigüidades no uso da metáfora "tribo urbana" pelas ciências sociais, interessante é, para essas mesmas ciências sociais, que classificações forjam realidades: falas, comportamentos, modos de pensar e de viver, manipulação de coisas e de corpos que viram signos de identidade. É o que Eunice Durham (2004 [1977], p. 231) definiu como "dinâmica cultural": o processo de constante reorganização das representações na prática social por meio de "uma manipulação simbólica que é atributo fundamental de toda prática humana", assegurando que as representações sejam produto e condição de práticas sociais. É nessa dinâmica que identidades se (re)constroem, inclusive aquelas tematizadas pelos autores da coletânea.
Contemplada à luz dessas ponderações, a coletânea aparece centrada essencialmente na dinâmica das relações sociais em cada caso, ficando em segundo plano o que os "produtos artísticos" respectivamente abordados podem revelar sobre as realidades sociológicas suscitadas pela heteronomia "tribo urbana". O que o tipo de sonoridade, de letra musical, de tatuagem indica, nesse sentido? Há vínculos entre a expressão cultural e a configuração sociológica? Formulo essas perguntas levando em conta que o livro resulta, como explicita Machado Pais no início da "Introdução", da reflexão conjunta de sociólogos e antropólogos portugueses e brasileiros (p. 9).
Certamente o desafio é grande. Sobretudo porque os pesquisadores têm formações teórico-metodológicas variadas – é tentador, também aqui, recorrer à metáfora das "tribos". Nota-se, por exemplo, que alguns autores falam em "tribos" e outros em "tribus", sem que se explicite o porquê deste último emprego: uma filiação à noção francesa de "tribus", utilizada por Maffesoli?
Se esse tipo de iniciativa é sempre um desafio, é importante persistir. A coletânea deixa entrever diálogos que são cruciais nesses tempos de "globalização". São diálogos sobre fenômenos sociais comuns a contextos urbanos distintos. E são ainda, talvez por isso mesmo, diálogos sobre interesses intelectuais também semelhantes, embora sejam diversos os contextos institucionais que os abrigam.

Bibliografia
DURHAM, Eunice. (2004 [1977]), "A dinâmica cultural na sociedade moderna", in _________, A dinâmica da cultura, São Paulo, Cosac Naify.
MAFFESOLI, Michel. (1988), Le temps des tribus: le déclin de l'individualisme dans les sociétés postmodernes. Paris, Méridiens Klincksieck.
MAGNANI, José Guilherme Cantor. (1992), "Tribos urbanas: metáfora ou categoria?". Cadernos de Campo. Revista dos Alunos de Pós-Graduação em Antropologia da USP, 2 (2): 49-51.



Moda e Tribos Urbanas:




Conceitos de Cultura e Arte:
Erudita, Popular e de Massa


Cultura Erudita
Os produtores da chamada cultura erudita fazem parte de uma elite social, econômica, política e cultural e seu conhecimento ser proveniente do pensamento científico, dos livros, das pesquisas universitárias ou do estudo em geral (erudito significa que tem instrução vasta e variada adquirida sobretudo pela leitura). A arte erudita e de vanguarda é produzida visando museus, críticos de arte, propostas revolucionárias ou grandes exposições, público e divulgação.
Cultura Popular
A cultura popular aparece associada ao povo, às classes excluídas socialmente, às classes dominadas. A cultura popular não está ligada ao conhecimento científico, pelo contrário, ela diz a respeito ao conhecimento vulgar ou espontâneo, ao senso comum.
“A obra de arte popular constitui um tipo de linguagem por meio da qual o homem do povo expressa sua luta pela sobrevivência. Cada objeto é um momento de vida. Ele manifesta o testemunho de algum acontecimento, a denúncia de alguma injustiça” (AGUILAR, Nelson (org). Mostra do Redescobrimento: arte popular. In: BEUQUE, Jacques Van de. Arte Popular Brasileira, p. 71). O artista popular não está preocupado em colocar suas obras expostas em lugares prestigiados.
Nesse sentido, o mais importante na arte popular não é o objeto produzido, e sim o próprio artista, o homem do povo, do meio rural ou das periferias das grandes cidades. Por isso também a arte popular é sempre contemporânea a seu tempo. Por exemplo, a arte popular do século XVIII (as cantigas, poemas e estórias registradas pelos estudiosos) é bem diferente de outras formas de arte popular hoje, como o rap, o hip hop e o grafitti, que acontecem nas periferias dos grandes centros urbanos como São Paulo. O rap e o hip hop aparecem associados quase especificamente à população negra, excluída socialmente.
A cultura popular é conservadora e inovadora ao mesmo tempo no sentido em que é ligada à tradição mas incorpora novos elementos culturais. Muitas vezes a incorporação de elementos modernos pela cultura popular (como materiais como plástico por exemplo) a transformação de algumas festas tradicionais em espetáculos para turistas (como o carnaval) ou a comercialização de produtos da arte popular são, na verdade, modos de preservar a cultura popular a qualquer custo e de seus produtores terem um alcance maior do que o pequeno grupo de que fazem parte.
O artista popular tira sua “inspiração” de acontecimentos locais rotineiros, a arte popular é regional. Por isso a arte popular se encontra mais afetada pela cultura de massas que atinge a todas as regiões igualmente e procura homogeneizá-las culturalmente do que a erudita.
O produtor de cultura popular e o de cultura erudita podem ter a mesma sofisticação, mas na sociedade não possuem o mesmo status social - a cultura erudita é a que é legitimada e transmitida pelas escolas e outras instituições. É importante ressaltar que os produtores da cultura popular não têm consciência de que o que fazem têm um ou outro nome e os produtores de cultura erudita têm consciência de que o que fazem tem essa denominação e é assunto de discussões, mesmo porque os intelectuais que discutem esses conceitos fazem parte dessa elite, são os agentes da cultura erudita que estudam e pesquisam sobre a cultura popular e chegam a essas definições.
Cultura de Massas
A existência da Indústria Cultural e de uma nova cultura veiculada por esta, a cultura de massas, que não está vinculada a nenhum grupo específico e é transmitida de maneira industrializada para um público generalizado, interfere na existência de uma cultura erudita da elite e de uma cultura popular do povo. Hoje, a maioria da população vive aglomerada nos centros urbanos, assim, os setores sociais excluídos se aproximam geograficamente dos setores privilegiados, são as diferentes classes sociais vivendo relativamente no mesmo espaço.
A Indústria Cultural é uma indústria que não fabrica produtos concretos, vende uma ideologia, vende visões do mundo, vende idéias, desejos. Feita para uma massa de pessoas, esses bens culturais são veiculados pelos meios de comunicação de massas, aí surge a cultura de massas (o produto da Indústria Cultural). A cultura de massas não é uma cultura que surge espontaneamente das próprias massas, mas uma cultura já pronta e fornecida por outro setor social (que controla a produção da Indústria Cultural), a classe dominante. Portanto, na vida em cidades (residência das massas) e com a Indústria Cultural a cultura passa a ser algo externo às pessoas, não mais de produção delas mesmas.
Podemos analisar a cultura de massas como um ponto de intersecção entre a cultura erudita e a cultura popular porque os elementos próprios da cultura de massas são consumidos tanto por setores mais excluídos da sociedade quanto por elites, é como se representasse algo em comum entre esses setores. A cultura de massas funciona como uma ponte entre a cultura erudita e a cultura popular, mas uma ponte prejudicial, porque na verdade ela ignora totalmente as diferenças entre os produtores dessas duas culturas e se direciona para um público abstrato e homogêneo.
O desenvolvimento tecnológico tornou possível reproduzir obras de arte em escala industrial, então inúmeros livros passam a apresentar por exemplo uma pintura de Picasso e uma massa de população passa a ter acesso a essas pinturas, não necessariamente entendendo-as como alguém de seu contexto histórico e que fazia parte do mesmo setor social que esse pintor, ou então alguém que faz parte da classe dominante atualmente e que tem conhecimento a respeito do pintor e de seu contexto. Não podemos encarar essa difusão da cultura erudita entre parcelas da população antes privadas dela pelos meios de comunicação de massas uma democratização dessa cultura, isso porque o público popular não têm a mesma instrução que as elites, que cresceram em meio a essa cultura e foram instruídos para entendê-la.
Não é porque há, atualmente, no Brasil uma cultura comum a todas as parcelas da sociedade que estas parcelas se misturam. O Brasil é hoje um país extremamente audiovisual, a maioria da população não tem acesso a educação ou sequer é alfabetizada, nessas condições é natural que o rádio e a televisão (que atingem quase todo o território brasileiro) adquiram o status de principais (e únicos para algumas pessoas) meios de comunicação de veiculação de bens culturais, meios como jornais e livros por exemplo são de acesso restrito a uma parcela da população. Nessa situação, imagine a quantidade de pessoas que costumam visitar museus por exemplo.
Nas próximas partes desse trabalho o foco será a Bienal de São Paulo, porque ela consiste em um evento de artes plásticas acessível à população que normalmente não freqüenta exposições de arte. A Bienal, para esse público, aparece como algo inusitado, incomum e completamente novo.
Segundo o filósofo alemão Walter Benjamin, uma obra de arte ao ser reproduzida perde sua “aura”, que seria seu caráter único e mágico (típico da cultura erudita), mas em compensação isso possibilitou que elas saíssem dos museus e coleções particulares para serem conhecidas por um número muito maior de pessoas, assim, as técnicas de reprodução das artes poderiam contribuir para uma revolução na própria política das artes plásticas, que antes eram exclusivas da elite e parte da cultura erudita e passam a ser acessíveis às massas.
Mas, como será verificado no decorrer do trabalho, isso não significa uma democratização da obra de arte, nem contribui para a conscientização das massas. Isso não acontece com a reprodução das obras de arte e nem com outro fenômeno que aproxima as massas da obra de arte: as mega exposições.

Fonte: 25ª Bienal de São Paulo: evento público e arte contemporânea
http://intra.vila.com.br/sites_2002a/urbana/antonia/conceitos.html



1º Pesquise sobre um grupo social e sua atuação na sociedade brasileira.
Sua pesquisa poderá ser feita na internet, no jornal e revistas.
2º Leia com atenção o texto que você escolheu;
3º Faça um resumo (com suas palavras) de no mínimo 5 e no máximo 10 linhas abordando as principais características desse grupo e sua atuação na sociedade brasileira.
4º Cite a fonte da sua pesquisa.
OBS: VOCÊ PODERÁ FALAR DOS GRUPOS DE PRESSÃO, MOVIMENTOS, ONG's, POLÍTICA, ESCOLA, MÍDIA, RELIGIÃO, ESPORTES, ETC.


Guarulhos, 27 de abril de 2010.



Skinhead
Essa união teve seu auge em 1969, onde brancos e negros andavam em gangues e freqüentavam juntos clubes de soul e reggae. São pessoas que possuem um estilo particular de se vestir, com o corte de cabelo bem curto, sendo a grande maioria apolíticos. Com o passar do tempo, influenciados e pressionados pelo próprio país de origem, a Inglaterra, tornaram-se preconceituosos, agindo violentamente e realizando movimentos rivais.
Aqui no Brasil, os Skinheads são influenciados pelos punks, sendo carecas e vândalos, agindo contra a igreja, os políticos, a polícia, entre muitos outros.
Na minha opinião, são esses grupos que estragam nossa dignidade, o valor que possuímos em nosso sociedade e principalmente, a vida daqueles que devem pagar por seguir uma cultura, um hábito e um modo de viver distinto, sendo obrigados a se esconder por temer pagar caro por tudo isso.

Fonte de Pesquisa:



Grupos Sociais,associações e instituições existentes em nossa sociedade.

Grupo de Pressão

Embora envolto em grande confusão conceitual, o termo grupo de pressão incorporou-se à linguagem da política brasileira. Qualquer organização ou movimento que se proponha a influenciar as decisões de governo, executivas ou legislativas, costuma ser denominado assim.
A cultura política brasileira revela-se também ambígua em relação a tais grupos. O julgamento de valor sobre eles depende do grau de popularidade da causa que defendem - e não da sua função no sistema de poder. Se a motivação é popular são considerados legítimos. Se for impopular são vistos de maneira negativa.
Na realidade, os grupos de pressão devem ser analisados como estruturas que integram o sistema político. Não são institucionais - como as que compõem o Executivo, o Legislativo e o Judiciário – e, sim informais, constituídas por setores organizados da sociedade. Contrariamente aos partidos políticos, os grupos de pressão não se propõem a conquistar o poder formal. Seu objetivo é influir nas decisões, seja para promover seus interesses, seja para evitar que decisões que os contrariem sejam aprovadas.
Como por exemplo, pode se dizer que as células-mãe dos grupos de pressão foram os sindicatos de operários.
Grupos de pressão situam-se no espaço localizado entre os indivíduos isoladamente considerados de um determinado segmento social e os órgãos de governo. Portanto, são porções sociais organizadas, reunindo indivíduos que compartilham interesses e desenvolvem ações com a intenção de inspirar decisões de governo.
Os grupos de pressão surgiram a partir da modernização social. Com o desenvolvimento econômico, a sociedade tradicional, de base predominantemente rural, foi profundamente transformada, dando origem à sociedade urbano-industrial, caracterizada pela enorme diferenciação interna, especialização e interdependência. A mudança decorrente traduz-se numa dramática substituição de escala em todos os indicadores demográficos e sociais: na população, na monetarização da economia, no sufrágio universal, no consumo, mercado, na produção, comunicação, urbanização, nos serviços, no transporte. Em suma, revela dimensões de uma sociedade de massa.
Pode-se exemplificar os índios no Congresso, em Brasília. Trata-se de indivíduos que compartilham interesses e desenvolvem ações para inspirar decisões de governo.
A auto-suficiência econômica, característica da sociedade tradicional, é substituída por uma complexa trama de relações interdependentes, desempenhadas de forma especializada por indivíduos treinados especificamente para suas funções.
Essa multiplicação de segmentos sociais não mais pode ser representada pelas antigas formas de representação geográfica de interesses, cuja base passa a ser funcional, especializada e profissional, perdendo sua referência territorial e exigindo outra forma de representação. É exatamente para preencher esse vazio que os grupos de interesse e pressão foram criados.
Historicamente, os sindicatos operários do século 19, primeiro na Inglaterra e depois na Europa Continental, foram os primeiros grupos formados para pressionar o sistema político no que se referia à ampliação do sufrágio. Sua organização nada tinha de territorial. Os sindicatos, cuja primeira base foram as fábricas, expandiram-se para abranger todas as unidades de um mesmo tipo de indústria. Seguiam, portanto, a lógica da organização funcional.
Com as mudanças no sistema capitalista, que conferiram ao Estado uma função econômica e legitimaram sua maior intervenção no mercado, aumentou enormemente o número de setores sociais econômicos e não-econômicos que constituíram associações para lutar por seus interesses e evitar medidas governamentais que os prejudicassem. Eles organizaram-se sob as mais variadas formas: sindicatos operários e patronais, cooperativas, associações profissionais, associações de veteranos de guerra, associações de empresários de um mesmo setor industrial, associações rurais, associações de entidades educacionais privadas, movimentos e grupos religiosos, movimentos reformistas - para citar apenas os de maior visibilidade. Cada conjunto pode transformar-se em um grupo de pressão - atuando sobre o executivo, legislativo, judiciário e também sobre a opinião pública - desde que sintam seus interesses ou valores ameaçados. Alguns, pela natureza continuada e permanente dos problemas que os podem afetar, profissionalizam-se a ponto de formar lobbies.
O fato a registrar é que os grupos de pressão surgiram como uma forma de representação alternativa à territorial, que não mais se compatibilizava com a natureza da nova sociedade urbano-industrial. Ocuparam um espaço intermediário entre o indivíduo e o Estado, paralelo ao dos partidos políticos - também localizados naquele vácuo - deles diferenciando-se por sua razão, que não é a conquista do poder, mas o acesso aos seus centros, a fim de obter decisões favoráveis a seus interesses ou evitar deliberações que os prejudiquem.

Os agrupamentos sociais

1. Os grupos sociais Grupo social: á a reunião de duas ou mais pessoas, interagindo umas com as outras, e por isso capazes de ação conjunta, visando atingir um objetivo comum.
Principais grupos sociais:
  • Grupo familiar – família;
  • Grupo vicinal – vizinhança;
  • Grupo educativo – escola;
  • Grupo religioso – igreja;
  • Grupo de lazer – clube;
  • Grupo profissional – empresa;
  • Grupo político – Estado, partidos políticos;

Características de um grupo social:

  • Pluralidade de indivíduos – há sempre mais de um individuo no grupo, coletivismo;
  • Interação social – os indivíduos comunicam-se uns com os outros;
  • Organização – todo o grupo, para funcionar bem precisa de uma ordem interna;
  • Objetividade e exterioridade – quando uma pessoa entra no grupo ele já existe, quando sai ele permanece existindo;
  • Objetivo comum – união do grupo para atingir os objetivos dos mesmos; Consciência grupal ou sentimento de “nós” – compartilham modos de agir, pensamentos, idéias, etc. Ex: Nós ganhamos.
  • Continuidade – é necessário ter uma certa duração. Não pode aparecer e desaparecer com facilidade.

Classificação dos grupos sociais:

  • Grupos primários – predominam os contatos primários, mais pessoais, diretos, como a família, os vizinhos, etc.
  • Grupos secundários – são mais complexos, como as igrejas e o estado, em que predominam os contatos secundários, neste caso, realizam-se de forma pessoal e direta – mas sem intimidade – ou de maneira indireta como cartas, telegramas, telefonemas, etc.
  • Grupos intermediários – são aqueles que se alternam e se complementam as duas formas de contatos sociais (primários e secundários). Ex: escola. 2. Outras formas de agrupamentos sociais Agregados sociais: é uma reunião de pessoas que mantém entre si o mínimo de comunicação e de relações sociais. Podemos destacar a multidão, o publico, e a massa.
 Multidão: Ex: um grupo de pessoas observando um incêndio.
Características da multidão:
• FALTA DE ORGANIZAÇÃO: não possui um conjunto de normas.
• ANONIMATO: não importa quem faz parte da multidão.
• OBJETIVOS COMUNS: os interesses, as emoções, e os atos têm o mesmo sentido.
• INDIFERENCIAÇÃO: todos são iguais perante a multidão, não há espaço para manifestar as diferenças individuais.
• PROCIMIDADE FISICA: os componentes da multidão ficam e contato direto e temporário uns dos outros.

 Publico: é um agrupamento de indivíduos que seguem os mesmos estímulos. Não se baseia no contato físico, mas na comunicação recebida através dos diversos meios de comunicação. Ex: indivíduos assistindo a um jogo – todos que estão juntos recebem o mesmo estimulo - e não se trata de uma multidão porque todos que estão juntos foram com o mesmo propósito – assistir ao jogo – diferente da multidão, já que a reunião é ocasional. Opinião publica: modo de pensar, agir, e sentir de um público.

 Massa: é formada por indivíduos que recebem opiniões formadas através dos meios de comunicação de massa. Diferença entre publico e massa: Publico – recebe a opinião e pode opinar. Massa – predomina a comunicação transmitida pelo os meios de massa. 3. Mecanismos de sustentação dos grupos sociais Toda a sociedade tem uma serie de forças que mantém os grupos sociais. As principais são a liderança, as normas e sanções sociais, os valores sociais e os símbolos sociais.

 Liderança: é a ação exercida por um líder, aquele que dirige o grupo. A dois tipos: Liderança institucional - autoridade varia de acordo com a posição social ou do cargo que ocupa no grupo. Ex: gerente de uma fabrica, pai de família, etc. Liderança pessoal – autoridade varia das qualidades pessoais do líder (inteligência, poder de comunicação, atitudes). Ex: Getulio Vargas, Adolf Hitler, etc.

 Normas e sanções sociais: Normas sociais: regras de conduta de uma sociedade, que controlam e orientam o comportamento das pessoas. Indica o que é “permitido” e “proibido”. Sanção social: é uma recompensa ou uma punição que o grupo determina para os indivíduos de acordo co o seu comportamento social. É aprovativa quando vem sob a forma de aceitação, aplausos, honras, promoções. É reprovativa quando vem sob a forma de punição imposta ao individuo que desobedece a alguma norma social. Ex: insulto, zombaria, prisão, pena de morte.

 Valores sociais: variam no espaço e no tempo, em função de cada época, geração e cada sociedade. Ex: o que é bonito para os jovens nem sempre é aceito pelos mais velhos. As roupas, os cabelos, modo de dançar, as idéias, o comportamento, enfim, entram em choque com os valores sociais já estabelecidos e cultivados por seus pais, criando uma certa tensão entre jovens e adultos.

 Símbolos: é algo cujo valor e significado é atribuído pelas pessoas que o utilizam. Ex: a aliança que simboliza a união de casais. A linguagem é um conjunto de símbolos. Podemos dizer que todo o comportamento humano é simbólico e todo o comportamento simbólico é humano, já que a utilização de símbolos é exclusiva do homem. Sem os símbolos não haveria cultura.

4. Sistema de status e papéis

A posição ocupada por um individuo no grupo social denomina-se status social.

Status social: implica direitos, deveres, prestigio, e ate privilégios, conforme o valor social conferido a cada posição. Ex: os chefes de uma grande empresa têm muitas regalias – sala decorada, respeito dos funcionários – já os de posição inferior não possuem. Ou seja, tem status mais elevado.
Dependendo de como o individuo obtém seu status pode ser classificado como:

Status atribuído: não é escolhido pelo individuo, e não depende de si próprio. Ex; irmão caçula, filho de operário.
Status adquirido: depende das qualidades pessoais do individuo, de sua capacidade, e habilidade. São status adquiridos através de anos de luta e competição, supõe a vitória sobre os rivais. A pessoa demonstra superioridade. Ex: classe alta.
Papel social: são comportamentos que o grupo social espera de qualquer pessoa que ocupe determinado status social.Corresponde às tarefas e obrigações atribuídas de acordo com o status do individuo.

Status e papel são coisas inseparáveis e só os distinguimos para fins de estudo. Não há status que não corresponda a um papel social e vice-versa.Todas as pessoas sabem o que esperar ou exigir do individuo de acordo com o status ocupado no grupo ou na sociedade. E a sociedade sempre encontra meios para punir os indivíduos que não cumprem seu papel.

5. Estrutura e organização social

Estrutura social: é a totalidade dos status existentes num determinado grupo social ou numa sociedade.
Organização social: é o conjunto de todas as ações que são realizadas quando os membros de um grupo desempenham seus papeis sociais.

Assim, enquanto a estrutura social da a idéia de algo estático, que simplesmente existe, a organização social da a idéia de uma coisa que acontece. A estrutura social se refere a um grupo de partes – ex: reunião de indivíduos – enquanto a organização social se refere às relações que se estabelecem entre essas partes. Quanto mais complexa a sociedade, mais complexa e maior será a sua estrutura e organização social. Tanto a estrutura quanto a organização social não permanecem sempre iguais. Elas podem passar, e passam com freqüência, por um processo de mudança social.

Por Gabriele Gonçalves


Os "grupos de pressão" e a corrupção.

Os "grupos de pressão" e os outros agentes ativos da corrupção atuam no sentido de desviar o Estado do seu roteiro normal, a fim de que a lei, o ato ou contrato administrativo contemplem especialmente interesses privados que eles advogam e representam, os quais colidem sempre com o interesse público. É, conseqüentemente, no choque entre o interesse público e o interesse privado, que se encontra a causa da corrupção política e administrativa.

LINCOLN STEFFENS considera que a corrupção política é uma decorrência da "pressão" e que, nas motivações desta, é que encontraremos as suas verdadeiras causas.
Eis as suas palavras textuais:
"A corrupção política não é questão de homens, ou de classes, ou de educação, ou de caráter; é um problema de pressão.
Onde quer que uma pressão se exerça, sociedade e governo cedem.
O que se deve, portanto, é investigar o fenômeno "pressão" e descobrir as suas causas e as razões pelas quais ela compra e corrompe:"

Fonte: PINTO, Francisco Bilac Moreira. As causas da corrupção. In:____enriquecimento ilícito no exercício de cargos públicos. Rio de Janeiro: Forense, 1960. p. 59-63.

A pressão social
“... O Brasil está vivendo nos últimos tempos, uma fase de intensificação da pressão social, principalmente por parte do movimento dos sem terra e do movimento por moradia. Movimentos dessa natureza foram ou são naturais em qualquer país democrático. Portanto, não há nenhum motivo para a disseminação de paranóia ou do medo de descontrole social do país. De modo geral, medos e paranóias desse tipo sempre serviram aos interesses conservadores que, ao longo da história do Brasil, trataram as questões sociais como questões de polícia e não como demandas legítimas de grupos na luta por direitos.
Fosse outro o enfoque que as elites tivessem dispensado às questões sociais, muitos dos nossos problemas já estariam resolvidos. Não é demais repetir que é quase inconcebível que já no século XXI, o Brasil não tenha resolvido o problema da reforma agrária. A grande maioria dos países resolveu o problema da distribuição da terra ainda no século XIX ou nas primeiras décadas do século XX. A não resolução do problema da terra é um dos fatores que induziu ao crescimento desordenado de aglomerações nas periferias das grandes cidades, acarretando o surgimento de uma crise de moradia. Registre-se que se trata de uma crise de grandes proporções porque, junto com ela, avolumam-se os problemas de transporte, de saneamento, de fornecimento de água, de segurança pública, de energia e de garantia de direitos como saúde e educação. Vê-se, dessa forma, que os problemas sociais do Brasil são interligados. Na base de todos eles está a precariedade da garantia do direito de propriedade, tanto no campo quanto nas cidades. Nesse contexto, o que os movimentos por terra e por moradia fazem, não é nada além do que lutar pelo mais elementar dos direitos capitalistas, que é o direito de propriedade. Uma das mais profundas reformas que o Brasil precisa fazer, portanto, é generalizar e democratizar o direito de propriedade, seja através da reforma agrária ou seja através de um amplo processo de regularização, legalização e urbanização de favelas. Esta é uma das condições essenciais não só para combater a pobreza, mas para alavancar o crescimento econômico e incrementar o mercado interno.” Por José Genoíno 27/07/2003

Ação comunitária: o traço comum dos movimentos sociais

Ainda que ocorram vários objetivos e táticas que são utilizadas em movimentos urbanos, eles são freqüentemente apresentados como um ator político. Sabe-se que a aproximação com a classe operária foi um recurso freqüente que permitiu justificar uma pretensa unidade destas manifestações. Mas, mesmo os autores que vão de encontro a esta aproximação consideram que existe "algo em comum" nestas formas de fazer política. E, não estão sozinhos nesta pressuposição, pois Peter Berger, em 1971, publicou um ensaio, que se chama "Movement and revolution" onde dedica um capítulo a definir o que ele chamou "The movement", que se caracteriza, antes de tudo, por ser um novo estado de espírito que domina os movimentos estudantis, o anti-racismo, o pacifismo etc. Para Berger, mudanças na cultura política servirão de base a estas novas formas de participação.
Talvez seja esta mesma sensação que reaparece sempre que se sustenta a existência de uma unidade entre todas as manifestações de categorias sociais não reconhecidas como políticas. Existe, sem dúvida, uma base empírica para sustentar esta impressão de unidade.
A década de 60 marcou o início das reivindicações de grupos que enfatizam as experiências comuns impostas pela discriminação. Negros, mulheres, pacifistas ou homossexuais se agrupam contra as injustiças de que são vítimas, na medida em que tomam consciência delas. Os limites do grupo são dados por esta vivência comum, o que permite que se percebam como uma "comunidade".
Unidos pela experiência concreta da discriminação (ou da carência), os membros destes grupos se reconhecem como iguais e impõem regras de funcionamento que impedem o aparecimento de hierarquias, assim como de delegação de poderes. Não é difícil reconhecer estas características, tanto quando lembramos os movimentos libertários quanto quando observamos os movimentos populares. A democracia interna de pessoas iguais é o traço de união entre estas comunidades de interesse.
Não cabe discutir se esta igualdade realmente existe. Ela é constantemente reproduzida por um discurso militante que acentua a consciência nascida da experiência e a homogeneidade de interesse entre os discriminados. A Igreja católica contribuiu enormemente para a difusão deste discurso e deste tipo de organização desde que a Teologia da Libertação fundamentou sua opção pelos pobres. Atualmente muitas associações se auto-designam como "comunidades" e valorizam as ações coletivas e o espírito igualitário.
Se considerarmos este modo de funcionamento como característico do que chamamos movimentos sociais, compreenderemos porque associações bem diversas são incluídas neste mesmo rótulo.
Realmente, quando se faz referência a presença de manifestações populares autônomas na arena política, aparecem listadas desde as CEBs até as associações de bairro, passando por movimentos fluidos e diversos. Mas todos devem apresentar as virtudes da participação comunitária.
Como conseqüência, há uma grande imprecisão na definição do que é, e do que não é movimento social. Classifica-se mais pelas regras internas de funcionamento que pelo tipo de organização.
As associações de moradores, que devem se estruturar segundo modelos reconhecidos, são as vezes reconhecidas como expressões do espírito comunitário e, outras vezes, classificadas como resquícios do velho clientelismo.
Tradicionalmente, guardava-se a designação de "movimento" para as manifestações menos organizadas que se diferenciavam das associações por serem menos permanentes. Atualmente, esta distinção perdeu importância, sendo substituída pelo esforço de distinguir os grupos democráticos e autônomos dos cooptados.
Não importa agora formalizar os critérios que distinguem movimentos de associações ou grupos de pressão. Precisamos apenas explicitar como está sendo recortada a realidade que estudamos para caminharmos na compreensão destes aspectos novos da ação política.
Levando em conta as diferenças práticas quanto ao modo de encaminhar reivindicações ao Estado, é possível construir um esquema que reconheça objetivos diversos e interlocutores específicos para cada tipo de associação. Aquelas que se dirigem a agências que prestam serviços públicos ou as atuam de modo difuso sobre o Estado (por exemplo: movimentos antinucleares) ou ainda as que promovem mudanças de valores culturais, atuam em níveis diversos e constituem, através de sua prática, diferentes interlocutores.
Partindo, portanto, das inovações que estes grupos produziram em seu modo de funcionar, podemos localizar melhor seus objetivos e compreender o fluxo e refluxo de suas ações. Tal procedimento permitiria reconhecer e analisar os conflitos internos das ditas "comunidades", que muitas vezes são apenas expressões de táticas diversas para chegar ao mesmo objetivo.
Muitas vezes, a ênfase na comunidade de interesse deixou obscuro o debate interno e as divergências são rotuladas de resistências ideológicas a serem superadas.
Se qualificarmos melhor o significado da "comunidade de interesses" poderemos também abrir espaço para analisar o papel dos apoios externos com que sempre contam estas associações. Já indicamos a presença da Igreja na expansão da organização popular. Mas também se fazem presentes alguns profissionais liberais identificados com os ideais comunitários, funcionários públicos que desejam promover a participação e, finalmente, partidos ou grupos políticos.
Estes personagens não aparecem nas descrições dos processos de mobilização, para enfatizar a autonomia popular. Mas, quando se procura explicar os refluxos das mobilizações, a falta de apoios institucionais ou os conflitos entre orientações partidárias, são sempre indicados como responsáveis.
Isto tudo mostra a necessidade de repensarmos o funcionamento destes grupos, considerando:
a) diferenças existentes entre as várias associações populares;
b) função dos apoios externos à comunidade mobilizada;
c) a noção de comunidade como uma construção ideológica que permite uma prática, mas que não elimina a heterogeneidade dos membros que constituem quanto a filiações partidárias, sindicais, éticas etc.
Baseado no texto de Ruth Corrêa Leite Cardoso


1º Leia com atenção os textos desse módulo;
2º Faça uma lista de TODOS os grupos sociais que você encontrou;
3º Escolha um tipo de grupo, que você encontrou em um dos textos, e faça uma crítica pessoal;
4º A crítica não poderá ultrapassar 10 linhas;
5º Caso as respostas não estejam dentro das especificações, sua tarefa será ZERADA.

Guarulhos, 22 de abril de 2010.

Lista dos Grupos Sociais:
  • Grupo familiar;
  • Grupo de amigos;
  • Grupo vicinal;
  • Grupo educativo;
  • Grupo religioso;
  • Grupo de lazer;
  • Grupo profissional;
  • Grupo político;


Agregados sociais (multidão, público, massa).
Existem muitas desvantagens no grupo político. Primeiramente, ressalto o fato de estarem voltados apenas para seus próprios interesses, muitas vezes agindo de forma completamente errada, ameaçando a atuação independente dos órgãos públicos, usando meios corrúpitos, a intimidação e o suborno para conseguirem o que querem. Também usam o meio de comunicação, escondendo da opinião pública o mau caráter que possuem e criando ilusões, apenas para influênciar a população a acreditar nas promessas que fazem e nos motivos pelos quais eles agem erroneamente. São extremamente egoístas, visando apenas interesses que lhes tragam poder econômico ou de organização.

Tamara Rubio Pauletto

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Globalização

GLOBALIZAÇÃO

Como podemos perceber, a globalização vem ocorrendo, principalmente, por causa do desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação. O fato de os meios de transporte estar cada vez mais velozes também contribuiu para a integração entre países, regiões e continentes.
As principais conseqüências da globalização são a integração e a interdependência econômica cada vez maior entre países, regiões e continentes. Hoje a economia mundial está nas mãos das grandes corporações de empresas transnacionais. Outro efeito da globalização é o aumento da concorrência entre empresas em nível nacional e internacional.
MAS, O QUE É A GLOBALIZAÇÃO ?
Trata-se de um conjunto de transformações na ordem política e econômica mundial que vem acontecendo nas últimas décadas. O ponto central da mudança é a integração dos mercados numa "aldeia-global", explorada pelas grandes corporações internacionais. Os Estados abandonam gradativamente as barreiras tarifárias para proteger sua produção da concorrência dos produtos estrangeiros e abrem-se ao comércio e ao capital internacional. Esse processo tem sido acompanhado de uma intensa revolução nas tecnologias de informação - telefones, televisão e, principalmente, computadores.
As fontes de informação também se uniformizam devido ao alcance mundial e à crescente popularização dos canais de televisão por assinatura e da Internet. Isso faz com que os desdobramentos da globalização ultrapassem os limites da economia e comecem a provocar uma certa homogeneização cultural entre os países.
A globalização é marcada pela expansão mundial das grandes corporações internacionais. A cadeia de fast food McDonald's, por exemplo, possui 18 mil restaurantes em 91 países. Essas corporações exercem um papel decisivo na economia mundial.
Segundo pesquisa do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade de São Paulo, em 1994 as maiores empresas do mundo (Mitsubishi, Mitsui, Sumitomo, General Motors, Marubeni, Ford, Exxon, Nissho e Shell) obtêm um faturamento de 1,4 trilhão de dólares. Esse valor eqüivale à soma dos PIBs do Brasil, México, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai, Venezuela e Nova Zelândia.
Outro ponto importante desse processo são as mudanças significativas no modo de produção das mercadorias. Auxiliadas pelas facilidades na comunicação e nos transportes, as transnacionais instalam suas fábricas sem qualquer lugar do mundo onde existam as melhores vantagens fiscais, mão-de-obra e matérias-primas baratas. Essa tendência leva a uma transferência de empregos dos países ricos - que possuem altos salários e inúmeros benefícios - para as nações industriais emergentes, com os Tigres Asiáticos. O resultado desse processo é que, atualmente, grande parte dos produtos não tem mais uma nacionalidade definida. Um automóvel de marca norte-americana pode conter peças fabricadas no Japão, ter sido projetado na Alemanha, montado no Brasil e vendido no Canadá. EVOLUÇÃO E REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
A rápida evolução e a popularização das tecnologias da informação (computadores, telefones e televisão) têm sido fundamentais para agilizar o comércio e as transações financeiras entre os países. Em 1960, um cabo de telefone intercontinental conseguia transmitir 138 conversas ao mesmo tempo.
Atualmente, com a invenção dos cabos de fibra óptica, esse número sobe para l,5 milhão. Uma ligação telefônica internacional de 3 minutos, que custava cerca de 200 em 1930, hoje em dia é feita por US$ 2. O número de usuários da Internet, rede mundial de computadores, é de cerca de 50 milhões e tende a duplicar a cada ano, o que faz dela o meio de comunicação que mais cresce no mundo. E o maior uso dos satélites de comunicação permite que alguns canais de televisão - como as redes de notícias CNN, BBC e MTV - sejam transmitidas instantaneamente para diversos países. Tudo isso permite uma integração mundial sem precedentes.
DESEMPREGO ESTRUTURAL E NOVOS EMPREGOS
A crescente concorrência internacional tem obrigado as empresas a cortar custos, com o objetivo de obter preços menores e qualidade alta para os seus produtos. Nessa restruturação estão sendo eliminados vários postos de trabalho, tendência que é chamada de desemprego estrutural. Uma das causas desse desemprego é a automação de vários setores, em substituição à mão de obra humana. Caixas automáticos tomam o lugar dos caixas de bancos, fábricas robotizadas dispensam operários, escritórios informatizados prescindem datilógrafos e contadores.
Nos países ricos, o desemprego também é causado pelo deslocamento de fábricas para os países com custos de produção mais baixos.
O fim de milhares de empregos, no entanto, é acompanhado pela criação de outros pontos de trabalho. Novas oportunidades surgem, por exemplo, na área de informática, com o surgimento de um novo tipo de empresa, as de "inteligência intensiva", que se diferenciam das indústrias de capital ou mão-de-obra intensivas. A IBM, por exemplo, empregava 400 mil pessoas em 1990 mas, desse total, somente 20 mil produziam máquinas. O restante estava envolvido em áreas de desenvolvimento de outros computadores - tanto em hardware como em software - gerenciamento e marketing. Mas a previsão é de que esse novo mercado de trabalho dificilmente absorverá os excluídos, uma vez que os empregos emergentes exigem um alto grau de qualificação profissional. Dessa forma, o desemprego tende a se concentrar nas camadas menos favorecidas, com baixa instrução escolar e pouca qualificação. "
O processo de globalização está trazendo profundas transformações para as sociedades contemporâneas. O acelerado desenvolvimento tecnológico e cultural, principalmente na área da comunicação, caracteriza uma nova etapa do capitalismo, contraditória por excelência, que coloca novos desafios para o homem neste final de século. Cultura, Estado, mundo do trabalho, educação, etc. sofrem as influências de um novo paradigma , devendo-se adequarem ao mesmo. Neste novo paradigma, a autonomia é privilegiada. Tornou-se necessidade para a vida numa sociedade destradicionalizada e reflexiva. No mundo do trabalho, a autonomia é diferença que marca a mudança do predomínio do fordismo para o pós-fordismo. Já no que tange à educação, deve a mesma possibilitar o desenvolvimento desse valor, trabalhando o homem integralmente para que ele possa não só atender aos requisitos do mercado, mas também atuar como cidadão no mundo globalizado. Nossa análise caminhará sempre no sentido dos limites e das possibilidades desse mundo, tendo como categoria central a autonomia, e como pensamento norteador a teoria pós-fordista sob o enfoque dos teóricos "Novos Tempos".
Mas, o que é essa globalização e como é que ela se manifesta ?
Não há uma definição que seja aceita por todos. Ela está definitivamente na moda e designa muitas coisas ao mesmo tempo. Há a interligação acelerada dos mercados nacionais, há a possibilidade de movimentar bilhões de dólares por computador em alguns segundos, como ocorreu nas Bolsas de todo o mundo, há a chamada "terceira revolução tecnológica” (processamento, difusão e transmissão de informações). Os mais entusiastas acham que a globalização define uma nova era da história humana.
A economia globalizada permite que haja um movimento em direção à globalização cultural. Hoje, através da Internet, um estudante ou pesquisador acessa, sem sair de casa, qualquer biblioteca ou universidade do planeta. Os contatos humanos e as pesquisas exigem que os habitantes de um país tenham, ao menos, conhecimento básico do idioma de outros países.
Acontecimentos no outro lado do mundo podem ser acompanhados on-line e em tempo real. Apesar de a globalização uniformizar o pensamento, ela também o diferencia por sublinhar as características regionais e não deixar dúvidas, nos consumidores, de que aqueles que não detêm tecnologia estão excluídos do grande sistema que pretende gerar um pensamento universal.
Porém, ainda é cedo para avaliar as conseqüências que esta interação terá sobre as culturas nacionais, principalmente nas dos países do terceiro mundo. Mas já se sabe que a vivência humana globalizada está criando uma nova ética, uma nova forma de pensamento e, nas novas gerações, uma posição mais compreensiva diante de outras maneiras de ser e viver.
Elza de Fátima Bedani/ Ana Claudia Fernandes Gomes

CIDADÃO 100% AMERICANO

De acordo com Linton (1998), o cidadão norte-americano desperta num leito constituído segundo padrão originário do Oriente Próximo, mas modificado na Europa setentrional, antes de ser transmitido à América. Sai debaixo de cobertas feitas de algodão, cuja planta se tornou doméstica na índia; ou de linho ou de lã de carneiro, um e outro domesticados no Oriente Próximo; ou de seda, cujo emprego foi descoberto na China. Todos estes materiais foram fiados e tecidos por processos inventados no Oriente Próximo. Ao levantar da cama faz uso de mocassins que foram inventados pelos índios das florestas do leste dos Estados Unidos e entra no banheiro, cujos aparelhos são uma mistura de invenções européias e norte-americanas, umas e outras recentes. Tira o pijama, que é vestuário inventado na Índia, e lava-se com sabão, que foi inventado pelos antigos gauleses; faz a barba, que é rito masoquístico que parece provir dos sumerianos e do Antigo Egito.
Voltando ao quarto, o cidadão toma as roupas que estão sobre uma cadeira de tipo europeu meridional e veste-se. As peças de seu vestuário têm a forma das vestes de pele originais dos nômades das estepes asiáticas; seus sapatos são feitos de peles curtidas por processo inventado no Antigo Egito e cortadas segundo um padrão proveniente das civilizações clássicas do Mediterrâneo; a tira de pano de cores vivas que amarra ao pescoço é sobrevivência dos xales usados aos ombros pelos croatas do século XVII; e se estiver chovendo, calça galochas de borracha descoberta pelos índios da América Central e toma um guarda-chuva inventado no sudoeste da Ásia. Seu chapéu é feito de feltro, material inventado nas estepes asiáticas.
De caminho para o breakfast pára para comprar um jornal, pagando-o com moedas, invenção da Líbia antiga. No restaurante, toda uma série de elementos tomados de empréstimo o espera. O prato é feito de uma espécie de cerâmica inventada na China. A faca é de aço, liga feita pela primeira vez na Índia do Sul; o garfo é o inventado na Itália medieval, a colher vem de um original romano. Começa seu breakfast com uma laranja vinda do Mediterrâneo oriental, melão da Pérsia, ou talvez uma fatia de melancia africana. Toma café, planta abissínia, com nata e açúcar. A domesticação do gado bovino e a idéia de aproveitar seu leite são originários do Oriente Próximo, ao passo que o açúcar foi feito pela primeira vez na Índia. Depois das frutas e do café, vêm waffles, os quais são bolinhos fabricados segundo uma técnica escandinava, empregando como matéria prima o trigo, que se tornou planta doméstica na Ásia Menor. Rega-os com xarope de maple, inventado pelos índios das florestas do leste dos Estados Unidos. Como prato adicional talvez coma o ovo de uma espécie de ave domesticada na Indochina ou delgadas fatias de carne de um animal domesticado na Ásia Oriental, salgada e defumada por um processo desenvolvido no norte da Europa.
Acabando de comer, nosso amigo se recosta para fumar, hábito implantado pelos índios americanos e que consome uma planta originária do Brasil; fuma cachimbo, que procede dos índios da Virgínia, ou cigarros provenientes do México. Se for fumante valente, pode ser que fume mesmo um charuto, transmitido à América do Norte pelas Antilhas, por intermédio da Espanha. Enquanto fuma, lê notícias do dia, impressas em caracteres inventados pelos antigos semitas, em material inventado na China e por um processo inventado na Alemanha. Ao inteirar-se das narrativas dos problemas estrangeiros, se for bom cidadão conservador, agradecerá a uma divindade hebraica, numa língua indo-européia, o fato de ser 100% americano.

CULTURA e EDUCAÇÃO


Segundo Carlos Rodrigues Brandão, no livro O que é educação, há muitos anos nos Estados Unidos, Virgínia e Maryland assinaram um tratado de paz com os índios das Seis Nações. Ora, como as promessas e os símbolos da educação sempre foram muito adequados a momentos solenes como aquele, logo depois os seus governantes mandaram cartas aos índios para que enviassem alguns de seus jovens às escolas dos brancos. Os chefes responderam agradecendo e recusando. A carta acabou conhecida porque alguns anos mais tarde Benjamin Franklin adotou o costume de divulgá-la aqui e ali. Eis o trecho que nos interessa:


"... Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e
agradecemos de todo o coração. Mas aqueles que são sábios reconhecem que
diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores
não ficarão ofendidos ao saber que a vossa idéia de educação não é a mesma que a
nossa.... Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e
aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltavam para nós, eles eram
maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportarem o frio e a
fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e
falavam a nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não
serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.Ficamos
extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para
mostrar a nossa gratidão oferecemos aos nobres senhores de Virgínia que nos enviem
alguns dos seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles,
homens."


Leia com Atenção os textos desse módulo e responda:
Aponte os pontos positivos e os pontos negativos da globalização, que você observou em TODOS os textos desse módulo a partir da análise dos mesmos.
OBS:- Você deverá retirar os argumentos dos textos desse módulo, caso contrário, sua tarefa será ZERADA.


Guarulhos 11 de abril de 2010

Com a globalização, houve uma rápida evolução e a popularização das tecnologias da informação foram fundamentais para agilizar o comércio e as transações financeiras entre os países.
A idéia desde o começo era de que, com uma melhor qualificação técnica, houvesse maiores possibilidades de conseguir um emprego num mercado de trabalho em declínio. Em conseqüência a isso, a reflexão sobre os problemas da sociedade assumiu cada vez menos importância; e valores como engajamento, mobilização social, solidariedade e comunidade perderam seus significados.
Devido a exigência de competitividade, o ser humano torna-se adversário, lutando pela manutenção de seu lugar de trabalho. Os excluídos são taxados de incompetentes e os pobres tendem a ser responsabilizados pela sua própria pobreza, ocorrendo violências.

Tamara Rubio Pauletto