quarta-feira, 19 de maio de 2010

Conceitos de Indivíduo e Sociedade

Fatores Determinantes da Vida Coletiva:

Para compreender a sociologia, precisamos, evidentemente, saber algo de seu objeto. No entanto, ainda mais fundamental para a definição do caráter de qualquer disciplina são as questões que propõe a respeito de seu objeto e as maneiras pelas quais procura respondê-las. ...Até aqui, estamos na posição de um aluno que deve escrever um trabalho sobre a biologia como um ramo da ciência e escreve que é o estudo de braços, pernas, cabeças e assim por diante; que também se refere à circulação, respiração e digestão; que, além disso, compara homens e mulheres. Essa informação é certamente algo com que começar, mas dificilmente define o campo de estudo.Precisamos ainda descobrir a perspectiva específica através da qual a sociologia vê esses assuntos, como os estuda, quais os métodos de pesquisa que utiliza, que tipo de conclusão tira de sua investigação. Esses são os temas {com que se preocupa a sociologia}. Neles, ficará claro que algumas das diferenças de acentuação, a de que até aqui nos referimos ao esclarecer o objeto da sociologia, se tornam muito importantes ao tomar decisões quanto à relativa acentuação a ser dada a vários assuntos e quanto aos métodos para pesquisa-los.

O indivíduo que Depende do Social

Julgo que todos sabemos quanto amamos distinguir as "pessoas" da "sociedade", o eu do nós. De modo geral, achamos que a sociedade é um todo indiviso do qual, porém, nós podemos destacar sempre que quisermos. Parece tudo uma questão de entrar ou de sair de casa, tudo parece resumir-se a uma simples operação de adição ou de subtracção, desde que assumamos, como assumimos, que estamos diante de duas coisas: a sociedade e (copulativa de fronteira) o indivíduo.Quando vou para o meu quarto e fecho a porta, acredito que me isolei realmente da sociedade. Toda a minha estrutura mental e físico-espacial me diz que, realmente, sensorialmente, eu me isolei. Estou dentro do meu quarto, em paz, em silêncio, e lá fora está a sociedade, estão os outros. Sinto-me orgulhosamente apenas eu-mesmo. Os deuses criaram indivíduos irredutíveis, assim penso.Todavia, eu apenas me posso isolar socialmente, na sociedade.Mesmo quando julgo estar isolado, continuo totalmente mergulhado na sociedade da qual julgo ter-me afastado. Todas as minhas referências, tudo o que manipulo, tudo o que sou pertence a essa sociedade. Nenhum tijolo de uma casa se compreende fora da constituição da casa.Por outras palavras, apenas posso ser indivíduo se for sociedade. O Sr. José do Bairro de Santana é, intrinsecamente, um dos "moradores" desse bairro, uma das partes integrais do todo de moradores.O social que depende do indivíduoMas, por outro lado, acreditamos muitos de nós que a sociedade é um saco cheio de batatas literalmente iguais, que os indivíduos são aí, apenas, um epifenómeno do social.Termos como população, sociedade, sociedade civil, multidão, moradores, populares, etc., são, a esse respeito, exemplares. Estes termos reenviam para um comportamento zoológico, igual, mimético, unívoco, sem vírgulas, apenas com um ponto final.A sociologia de questionário, a quantofrenia, a estatística que evacua o pensamento, constituem a formulação científica (ou assim suposta) da crença de uma sociedade sem indivíduos. Na sua busca de disciplina do diferente, eles remetem para uma entidade igual o que não é, de fato, igual. Nem poderia ser. Os deuses não têm essa palavra no seu dicionário.Ora, perdoem o truísmo, não há nenhuma sociedade que não seja composta por indivíduos diferentes. Nenhuma casa faz sentido se não for percebida pelo esforço "individual" de cada tijolo.Não é possível uma sociedade se, os indivíduos não se sentirem sociais, seja qual for o tipo de sociedade ou de grupo que tivermos em vista.Não importam a densidade, a extensão, a simetria de estilos de vida, o padrão de privações do Bairro de Santana: este bairro só tem sentido enquanto entidade plural, social, se o Sr. José, o Sr. Antonio, a Sra. Albertina e tantos outros se sentirem moradores diferentes, "eles-mesmos".

Fonte: http://oficinadesociologia.blogspot.com/2006/12/sociedade-e-indivduo.html


Concepções do homem

"O que é o homem? É esta a primeira e principal pergunta da filosofia. Nasceu daquilo que refletimos sobre nós mesmos e sobre os outros e queremos saber".
(Antônio Gramsci)

1. Antropologia filosófica

A autora inicia sua abordagem retomando a questão O que é o homem? Trata-se de um problema de antropologia, ou seja, do questionamento filosófico a respeito
do conceito que o homem faz de si mesmo. Esta questão é crucial, porque todas
nossas formas de agir partem de uma idéia de homem que a elas se encontramsubjacente.
No que tange à prática educativa, podemos afirmar que as duas teorias pedagógicas partem de concepções diferentes de homem. Fica evidente que na escola tradicional destaca-se o aspecto intelectual enquanto na escola nova não se descuida do aspecto existencial.

2. Concepção metafísica

A abordagem metafísica prima-se por buscar a unidade na multiplicidade dos seres. Mesmo tendo tantas diferenças entre os seres humanos, existiria uma essência humana, um modelo as ser atingido à medida que se dá o amadurecimento. Por desdobramento, a educação passa a ser compreendida como um processo de aperfeiçoamento em que o indivíduo é levado a realizar suas potencialidades ou, parafraseando Kant, o fim da educação é desenvolver em cada indivíduo, toda a perfeição de que ele seja capaz.

3. Concepção naturalista

Do bojo da concepção de ciência gestada ao longo do período moderno preocupada em perceber regularidade na natureza, levando à formulação de leis e, portanto à previsibilidade dos fenômenos a busca da compreensão a respeito do que é o homem também procurará atender aos mesmos critérios da ciência.
Descartes parte de um dualismo psicofísico onde a substância pensante (mente)
tem primazia sobre a substância extensa (corpo). Posteriormente, a psicologia experimental privilegiará no homem apenas a exterioridade do comportamento, deixando a consciência entre parêntesis por considera-la inacessível aos procedimentos considerados científicos.
Já o behaviorismo, ou psicologia comportamental inspirará uma metodologia que
enfatiza a rigorosa programação dos passos para se atingir o conhecimento. Podemos afirmar, assegura a autora, que o que caracteriza a;tendência naturalista
é a tentativa de adequar a metodologia das ciências humanas ao método das ciências da natureza, que se baseia na experimentação, no controle e na generalização.

4. Concepção histórico-social

O romantismo alemão do séc XVIII propõe uma ruptura com o modelo cientificista
predominante nas teorias pedagógicas existentes na época. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) provoca uma grande revolução na pedagogia na medida em que desloca o centro tradicional do processo fixado no mestre, para o discípulo. Mais ainda, coloca o sentimento cuja sede é o coração ou a consciência
moral no centro de sua visão do homem.
Hegel (1770-1831) dá mais uma contribuição ao processo de construção da filosofia romântica, pois, ao desenvolver a filosofia do devir;concebe o ser como
processo, como vir-a-ser. A dialética colocada como eixo de sua filosofia transforma o conceito de verdade, não mais um fato, uma essência, uma realidade, mas o resultado de um desenvolvimento do espírito.
A própria concepção de contradição como motor interno da história faz com que
Karl Marx (1818-1883) inverta o sistema hegeliano e sustente o primado da matéria sobre o espírito, estabelecendo assim a base da construção do materialismo histórico. Só será possível compreender o que os homens fazem e pensam a partir da forma como os homens produzem os bens materiais necessários.
A fenomenologia proposta no séc XX por Husserl e desdobrada por Sartre (1905-
1960) sustenta que só o homem é um ser-para-si, aberto a construir ele próprio a
existência
Em síntese, a grande contribuição da concepção histórico social resulta em três aspectos: a preocupação com o processo (nada é estático), com a contradição (não há linearidade no processo) e com o caráter social do engendramento humano (o ser do homem se faz presente nas relações entre os homens ao longo
da história).

5. Tornar-se homem

Do exposto até aqui fica clara a importância do papel da antropologia filosófica como orientadora do trabalho pedagógico. Não podemos mais falar a respeito da
infância como se a criança fosse algo em si, sem se considerar o tempo, o lugar e
a estrutura social em que ela se mover. Não existe uma natureza infantil universal A criança se faz criança enquanto ser histórico situado num universo cultural, e não apenas natural
A criança adulta da Idade Média ou a criança oriunda da nova configuração de forças produzidas pela burguesia ascendente, muda completamente a imagem e a
expectativa que a sociedade tem do papel a ser desempenhado por esta mesma criança. Toda uma pedagogia protecionista irá se construir garantindo proteção e vigilância à criança.
Em oposição a esta perspectiva, a escola nova irá privilegiar a espontaneidade, a
iniciativa e a criatividade, em oposição a pedagogias da resignação e disciplina, atendendo assim às demandas reclamadas pelo capitalismo moderno.
Mais ainda, os desafios da educação que se colocam no fim do séc XX devem vir
de encontro a respeito desse novo homem que surge a partir do impacto dos efeitos da informática, dos meios de comunicação de massa e da conseqüente globalização do mundo.

Considerações finais

Quando consideramos a educação a partir da perspectiva axiológica, muitas são as consequências dai advindas. A desmistificação da suposta neutralidade axiológica presente no processo de produção do conhecimento leva necessariamente a uma tomada de posição frente às situações impostas pela realidade.
Tanto professor quanto aluno têm vivências éticas diferenciadas e determinadas pelas suas experiências concretas no mundo dos valores. A mediação entre ambos deve ser capaz de avançar alem das meras diferenças, transpondo os limites gerados a partir de histórias igualmente diferentes.
Educar pressupõe transformar os envolvidos no processo, sejam eles professores
ou alunos. Cada qual, a partir de sua história concreta e de suas vivências deve ser capaz de avançar sobre os seus limites. A busca da autonomia é um processo
ininterrupto, e deve sempre projetar o homem para um futuro em construção, futuro este do qual ele é plenamente responsável.
O exercício da liberdade exige renúncias e aceitações. O tornar-se plenamente humano deve ser construído a partir de um envolver-se sempre mais, sem reservas ou temores. Fazer-se humano é necessariamente ser capaz de assumir na plenitude as conseqüências advindas das opções primeiras.

* Todas as citações presentes neste estudo referem-se à obra ARANHA, Maria
Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 2ª Ed. São Paulo: Moderna, 1996. 234 p.

O Processo de hominização

Foram necessários vários milhões de anos para que o homem se atingisse o mais alto grau de diferenças entre outros animais do seu grupo.
Essa transformação iniciou-se na seqüência de alterações climáticas registradas na região central da África quando a floresta dá lugar à savana. Assim, as espécies de primatas que viviam nesses locais vão ter de adaptar-se a este novo cenário de mudanças climática e ambientais.
Vivendo num ambiente desprotegido, por razões de sobrevivência, estes hominídeos (primatas em transformação) vão ter de progressivamente passar a deslocar–se sobre os dois membros inferiores, até adquirirem completamente a verticalidade.
A adaptação a este novo meio ambiente está na origem do surgimento das características que definem a espécie humana:
§ Bípede / erecto
§ Mãos hábeis
§ Cérebro complexo

A aquisição da verticalidade (bipedia), a libertação das mãos da sua função locomotora, assim como o desenvolvimento do cérebro e da linguagem são reveladores da progressiva evolução da espécie humana.
Os hominídeos sobreviveram e adaptaram–se às diferentes regiões e climas porque descobriram técnicas e processos de dominar a natureza. Neste processo foi importante a vida em grupo.
O homem foi o único animal capaz de criar meios técnicos e culturais para sobreviver. Assim, o aperfeiçoamento a diversificação e a especialização dos instrumentos, bem como o domínio do fogo foram fatores essenciais para o controle progressivo da natureza por parte do homem.
O domínio do fogo teria compreendido 3 fases distintas:
1. Conseguir vencer o medo instintivo (observação de fenômenos naturais como a trovoada, raios, incêndio)
2. Compreender os benefícios da sua utilização
3. Conservação do fogo natural e a aprendizagem da sua produção

O domínio do fogo possibilitou ao homem:
§ Cozinhar os alimentos (qualidade e quantidade de alimentos)
§ A sobrevivência em locais frios (aquecimento e iluminação)
§ Afastar os animais ferozes (segurança)
§ Transformação dos instrumentos
§ Socialização (convívio)

O homem do paleolítico foi essencialmente um recoletor e caçador. A caça foi uma atividade que intensificou a socialização e o desenvolvimento das capacidades de comunicação.
O fim das glaciações e a conseqüente melhoria climática tiveram como conseqüências o aumento da população, o que originou a migração do homem para outras regiões do globo e a ampliação das áreas habitadas.


Leia com atenção os textos desse módulo e responda com suas palavras:
1- Há quem viva à margem da sociedade. Por quê?
2- Todos os homens são tratados como merecem? Por quê?
3- Podemos fazer algo de significativo para melhorarmos a nossa sociedade? Dê um exemplo.
4- O que seria pra você uma sociedade justa?
As respostas deverão ser numeradas e completas, caso as respostas não estiverem dentro das especificações, será anulada.



Guarulhos, 3 de março de 2010

Respostas

1- O motivo é simples: Existem pessoas que não se enquadram como verdadeiros cidadãos, pois não se preocupam em respeitar o próximo, mesmo vivendo em uma sociedade que possui muitas regras a serem seguidas. Dessa forma, desistem do resto do mundo e procuram apenas satisfazer seus desejos “maquiavélicos”, ou seja, usando métodos sujos para justificar seus fins, levando todo sistema para o mesmo caminho desesperador.
2- Não. Vivemos em meio à desigualdade, onde quem vence a maioria das vezes, possui dinheiro para comprar o respeito, seu próprio espaço e ainda não satisfeitos, o dos outros. Sempre querem mais, enquanto quem procura a paz e a simplicidade, batalham tanto e sofrem com atitudes desumanas, falta de respeito e de colaboração.
3- Claro, revendo nossos conceitos perante onde vivemos percebendo as situações em que cada ser humano encontra-se e tentando mudar, pelo menos partindo de uma atitude pequena, porém significativa. Todos nós precisamos buscar a igualdade, mesmo parecendo um ato em vão, a união que faz a força, uma andorinha só não faz verão, uma gota só que cai do céu não consegue transbordar rios de esperança sem a ajuda e atenção de todo lugar que os envolve. Um exemplo de determinação é o de Noé, quando a multidão dizia que era tolo em construir uma arca tão imensa, sabendo que uma tempestade devastadora viria ao encontro do mundo. Resultado: caos, desespero e arrependimento por duvidar daquilo que Deus prescreve para cada um de nós. Até depois de muito tempo, criaram o Titanic, maior navio da história, e o que aconteceu? Aquela frase que duvidava do poder do supremo, mostrou mais uma vez que o ser humano não sabe o que fala, nega-se escutar e não sabe associar a verdade com os fatos, onde muitos milagres provam o contrário de tudo.
4- Simplesmente uma sociedade onde continue existindo injustiças, mas para que possamos fortalecer nosso ser, que haja violência sim, mas para depois do sofrimento, percebemos o valor da compaixão, do carinho, sentindo a esperança dentro da gente. Que a cada amanhecer, o sol possa nos aquecer e a brisa que toca em nossa face nos sussurrar a realidade, desejando o melhor para o próximo e dedicando cada instante para o lugar em que vivemos: o Mundo.

Tamara Rubio Pauletto

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